sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Adeus 2011... Fecha a porta quando saires

Agora que 2011 caminha, ou melhor galga, a passos largos para terminar, e 2012 começa a espreitar lá ao fundo, senti a necessidade de fazer um balanço do ano que finda.
É verdade que pouco mais mudará do que um dígito no calendário (no dos mecânicos mudam as gajas), um grande aumento de impostos e carga fiscal, e um ligeiro aumento da carga laboral... mas foquemos-nos no que realmente é importante, ou seja, o rescaldo de 2011.
2011 foi um ano bastante positivo para mim, por vários aspectos.
Em 1º lugar - e podem constatar isso, porque estou a escrever este texto - não faleci. E este acto de "não-falecimento" possibilitou-me uma série de acontecimentos. Uns melhores, outros piores, mas todos importantes, porque como alguém já fez o favor de reparar, e transmitir ao mundo, o mesmo momento não se repete duas vezes.
Conheci pessoas incríveis e interessantes, bem como pessoas estúpidas e vazias... estas segundas ao contrário do que possam pensar, são de enorme utilidade para salientar as qualidades das primeiras. Aproximei-me e afastei-me de pessoas que conhecia, até porque isto da amizade funciona por ciclos, e se há alturas em que a convivência é mais intensa, também os há em que é menos.
Fiz algumas mudanças na minha vida, e pude finalmente participar em actos de voluntariado/solidariedade, algo que já sentia necessidade de fazer. Para contrastar, fui bastante egoísta, e passei horas em cima da bicicleta a saborear - sozinho ou acompanhado - as maravilhas da natureza, e os meandros da resistência humana. A juntar a isto descobri o prazer da corrida, e da caminhada em cenários naturais. Tive a minha primeira experiência numa corrida oficial.
Melhorei - ou acredito ter melhorado - as minhas capacidades culinárias. Modifiquei o meu regime alimentar. Passei a incluir refeições vegans na minha dieta. Cumpro melhor as tarefas domésticas... mas ainda não faço a cama todos os dias.

Rotinei-me a treinar de manhã antes de ir trabalhar, e a tentar usar mais a bicicleta na cidade em detrimento do carro. Passei a deitar-me à mesma hora que as crianças de 3 anos.
Sinto que ainda não explorei ao máximo as minhas capacidades laborais, nem de facto se estou a dirigir a minha energia para as funções certas.

Fiz travessias, vivi aventuras, partilhei o quarto com 16 pessoas (e não em orgias... infelizmente), dormi no chão, dormi na rua com os barulhos da cidade à noite... Conheci novas culturas, novos povos, novos pontos de vista. Moldei a minha personalidade, e vinquei a minha individualidade.
Visitei a minha família poucas vezes, brinquei pouco com o meu cão, tive um gato que desapareceu, não li o suficiente...


Já a nível amoroso este foi dos anos mais calmos da minha vida. Isto deve-se sobretudo ao facto de o ter vivido "virado para dentro", e de ter fechado as portas da minha vida à entrada das pessoas por quem nutri algum afecto, que se sobrepusesse à barreira da amizade. Poderia dizer que "não tenho tempo", mas o mais correcto será dizer que "não quis ter tempo".
Mudei de casa, mudei de bicicleta... não mudei de carro. Deixei de cortar o cabelo, e só faço a barba quando tal já me irrita.
Sorri muito, ri muito, dei alguns abraços, apertei mãos, troquei beijos, chorei esporadicamente (muito esporadicamente).
Quase não mexi na guitarra, mas escrevi mais...
E pronto é isto que superficialmente posso retirar de 2011, e cuja erosão dos dias não limpou da memória.
Obrigado a todos os que de alguma forma "participam" - activamente ou não - na história da minha vida, e deixem-se estar por cá, até porque depois dos copos, das passas, das bolhas do espumante, e da ressaca... voltaremos a "contracenar" nas nossas vidinhas.
Feliz 2012
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