segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Medicina no Trabalho

Pertencer a esta elite do mundo laboral - a informática - por vezes obriga-nos a ser sujeitos a consultas de rotina, que avaliam as capacidades para efetuar as tarefas rotineiras deste trabalho. Nessas consultas, o nosso corpo é - superficialmente - escrutinado, sujeito a testes médicos, que corroboram (ou não), a nossa saúde para tal. É um mundo perigoso e altamente competitivo, onde não há margem para falhas. Um pequeno deslize e kabum... provavelmente o equilíbrio do Universo será afetado de forma permanente!

Eram 11h30 da manhã quando me dirigi a uma rua (que não vou dizer o nome), para encontrar uma clínica (que não vou referir qual), onde fui atendido por uma recepcionista (que sinceramente não sei como se chamava).
Após a normal espera a que somos sujeitos - isto mesmo que sejamos as únicas pessoas na sala para ser atendidas - uma simpática enfermeira encaminhou-me para uma sala.
Após me ter feito olhar por uma geringonça, que alternava entre números, letras, cores, e de me meter uns auscultadores com um comando em cada mão - e que certamente tivesse eu 4 anos iria achar o máximo - veio a interjeição: "dispa-se e deite-se na marquesa...". Foi nesse momento que eu pensei: "Isso é que é falar!" Até que me besuntou com um gel pegajoso, e espetou umas coisas frias no peito, acabando com todo o conforto do quentinho acumulado dentro da minha camisola de lã.
Enquanto estava ali imóvel e deitado, a enfermeira proferiu a frase "pratica desporto?!". Respondi um confiante "Sim", enquanto pensava que o esforço e dedicação ao desporto surtiram efeitos estéticos que deixavam o meu corpo desejável à promiscuidade feminina.
"Tem batimentos cardíacos muito baixinhos, isso é muito bom!!". "Ah pois... isso", E pumba a desilusão atingiu-me como um soco seco vindo do nada, e eu fiquei ali a saborear aquela trago a fel na boca. Eu que até gosto de enfermeiras desde a minha puberdade (especialmente após ter tido acesso à Internet)... adiante!!!".

Da enfermeira passei para o médico, que ao entrar no consultório proferiu a frase "dispa-se e deite-se na marquesa..."
Desta vez pensei:
"Mau!!! mas isto é uma avaliação para striper??? Eu sou informático pá!!! Carrego em teclas e arrasto um rato!!! Vestido!!!"

Lá acedi - desde que não seja exame à próstata, por mim está bem - ele auscultou-me, deu-me marteladas nos joelhos, nos braços, espreitou-me os ouvidos, os olhos... verificou a tensão e a pulsação, o peso, a altura, um par de perguntas de hábitos sociais e alimentares... perguntou-me se fumava ou bebia (enquanto no meu pensamento eu revia o episódio com a enfermeira e imaginava uma garrafa de bagaço a escorregar pelas goelas...), e mandou-me para casa com a frase:

"Bem, não há nada a dizer... continue assim. Um bom dia!"

Lá tive de trabalhar o resto da segunda-feira :/
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