segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Insólitos de estacionamento

Ele há coisas do arco da velha (desculpem, mas ouvi esta expressão no fim de semana, e agora vou usar a mesma até à exaustão.

Voltava eu do meu treino se segunda-feira - saliento segunda-feira - completamente esgotado e com o corpo a pedir algum tipo de alimento. Aproximei-me do carro para pegar nas chaves de casa, e de repente sou surpreendido por uma voz que me diz:
 - "Ó chefe! Acha que tem o carro bem estacionado?"
Eu olhei em volta, não vi ninguém, e  pensei para comigo:
- "Daniel já começavas a dormir umas horinhas decentes!"...

Volto a ouvir a voz, desta vez mais forte e do cimo de uma janela. Reparo num sinhor que aparentava ter uns 75 anos - com um farfalhudo bigode - que começa a fazer reparos ao estacionamento do meu veículo. Disse-me que tinha estado todo o dia à minha espera para me avisar que assim não pode ser. Eu surpreso olho para o meu popó e não encontro o motivo de tal exaltação. Sim, não estava totalmente na vertical, estava ligeiramente na diagonal (talvez por o estacionamento ter sido feito às 8h45 da manhã depois de ter conduzido 150 km), mas não dificultei o estacionamento a ninguém, e não cabia mais nenhum carro. Então tranquilamente disse ao senhor:
- Olhe vá descansar!
Bad mistake, o homem ficou possesso e quase me ameaça de morte depois de proferir tais palavras, intercepta-me no vale da escada, 20 cm a menos de altura, 20 cm a mais de diâmetro abdominal, em troco nú qual John Rambo, e certamente uma vida monótona e aborrecida, e uma falta de atenção enorme.
Depois de uma longa conversa em que abordamos todos os problemas do prédio, da rua, do bairro, da cidade, do país, do mundo, do universo... findo isto, despedimos-nos com um virtuoso bacalhau, um pedido de desculpas, e cada um seguiu a sua vida...
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