sábado, 7 de novembro de 2009

A definitiva crítica literária ao livro Caim

Em primeiro lugar quero declarar a minha ignorância quanto ao que vou fazer. Não tenho qualquer tipo de formação em letras, nem algo que sustente as minhas considerações. Sou apenas um informático, que entre bits e bytes gosta de ler, e expressar opinião.

Depois de tanta polémica em torno do livro Caim do senhor José Saramago, fiquei com imensa vontade de o ler. Finalmente conseguir por as mãos no dito livro, gentilmente cedido pelo meu amigo Marcelo Rebelo de Sousa... quer dizer... requisitei-o na biblioteca Marcelo Rebelo de Sousa em Celorico de Basto.

Apesar da minha educação cristã, sou ateu (não digam à minha mãe, que ela não gosta muito), e aprecio este tipo de polémicas em volta da religião católica. Mas voltemos ao que interessa, o livro não é tão forte como pensei, não é um livro que pretenda denegrir a religião católica (o clero faz esse trabalho bem sozinho), trata-se simplesmente de um romance ficcional, que satiriza vários capítulos da bíblia, aproveitando as suas falhas e contradições.

A história inicia-se no famoso jardim do éden com os não menos famosos Adão e Eva, o episódio da maçã e a consequente expulsão, tudo com muita pimenta à mistura. Em seguida aborda o conflito Caim vs Abel, com Caim a cometer fratricídio e a ser “marcado” por deus na testa... Depois disso, a história centra-se em Caim, e é muito engraçada, pois este é condenado a vaguear pelo mundo e tal, e pode viajar no tempo, andar para o passado e para o futuro, ou como escreve o autor “outros presentes”... Visitando episódios como: a destruição da torre de babel, o sacrifício de Abraão, a aniquilação de sodoma e gomorra (cidades onde os senhores gostavam mais de brincar aos médicos com outros senhores do que com senhoras ou senhoritas), e por aí fora...

Existe uma critica a deus? existe... isso foi exaustivamente comentado nos quatro canais de tv, jornais, revistas, blogs, blábláblá... mas é uma critica bastante decente e com fundamento, no livro deus é apresentado como um ser vingativo, que gosta de “mostrar quem manda” e dá tau-tau, ou mesmo mata os meninos maus, e por vezes “brinca” com a vida dos seres humanos, pondo-os à prova de uma forma extrema.

De resto, é verdade que Saramago se refere a deus como “filho da p___”, mas a mim quer-me parecer que são influências espanholas, pois o que para nós é um escândalo (excluindo no Porto), para esses meninos é a sua forma natural de falar, tirem-lhe os palavrões, e eles não serão capazes de articular uma frase. Portanto, vivendo Saramago em Espanha, e sendo casado com uma espanhola, é perfeitamente normal que tal influencie...

Eu “devorei” o livro num dia, e agradou-me, aborda temas que me interessam bastante... sexo, violência, humor, religião, morte... sexo... o essencial de um boa história.

Se não leram, leiam.... Se têm mais que fazer, parabéns pela vossa vida... Se acham que sou um bocado parvo, não estão a ser originais, antes de vocês já houve alguém que expressou essa ideia ;)

Cumprimentos cordeais




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